quinta-feira, 18 de agosto de 2011

História da Colônia Santa Marta - GO

A Colônia Santa Marta foi fundada em janeiro de 1943.
Quando uma pessoa era identificada com a doença hanseníase, fazia-se diligência para buscar o doente e toda sua família, num carro Ford que recebeu o nome de “onça”.
São fatos conhecidos na história da hanseníase, o medo e o pavor de vir para um lugar desconhecido, fazendo com que os doentes não viessem espontaneamente e fossem caçados e acomodados na “onça”
Muitas lágrimas foram derramadas, ante o drama da separação de mães e filhos, esposas e esposos, familiares e amigos. Tanto choravam os pacientes quanto os funcionários, que nunca se acostumavam com o sofrimento daquelas pessoas que perdiam tudo, emprego, família e eram obrigados a viverem reclusos.
A dor do estigma era tão forte que naquela época chegou a levar pacientes a buscarem a morte através de envenenamento.
As visitas eram através das touceiras de erva cidreira que separavam os doentes dos sadios e posteriormente no parlatório separados por parede de vidro que dificultava a comunicação. Até as cartas e o dinheiro que saíam da Colônia eram esterelizados por causa do medo da doença. Fez se necessário criar condições de moradia para os funcionários nos arredores, por causa do difícil acesso e também pela discriminação que sofriam por trabalharem com leprosos.
Hoje em dia, o paciente interno recebe visitas livremente, a hanseníase é considerada curável e passível de tratamento ambulátorial. A discriminação vem diminuindo gradativamente com a participação de vários segmentos da sociedade, o constante trabalho das Irmãs Vicentinas e os concursos abertos pelo governo estadual a todas as categorias profissionais da àrea de saúde, que favoreceram a formação de uma Equipe Multiprofissional, na unidade.
A Colônia Santa Marta é hoje o Hospital de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta – HDS, atuando nas área de medicina, nutrição, biomedicina, psicologia, serviço social, odontologia e fisioterapia. Seus funcionários e moradores continuam a luta iniciada a meio século, contra o preconceito da hanseníase, e, buscando melhores condições de trabalho, atendimento humanizado e de qualidade, aos pacientes.
Na Colônia a Casa Viva é um projeto inovador que visa desenvolver a socialização, autoconfiança, sentimento de utilidade e auto-estima, uso do lazer, diminuir a solidão, agressividade, estimular a cooperação e a responsabilidade em atividades grupais, a verbalização, atenção, concentração, memória, cuidados pessoais, evitar a rotina, a diminuição das atividades mentais, favorecer postura adequada, aumentar ou manter a amplitude do movimento e orientações nas atividades de vida diária.
O Centro International de Dançaterapia está presente na Colônia Santa Marta na Casa Viva, desde agosto de 2006 através de encontros de dançaterapia com os internos, visando a recuperação do movimento como expressão de comunicação, reinserção, redescoberta das possibilidades criativas além dos limites e dos preconceitos.


William, um senhor de 65 anos de idade, paciente e morador, disse que está ali desde os seus 24 anos, quando contraiu a doença e pretende algum dia sair de lá.

“É triste ver as pessoas deste jeito,” comentou Daniele, aluna do 1° ano do Ensino Médio, “mas é muito legal quando a gente vê que pode fazê-las sorrir”, afirmou.

A equipe alegrou a todos por ali, levando um pouco de conforto para aquelas pessoas que raramente recebem visitas. Um dos médicos do abrigo afirmou: “Tenham certeza que isto ficará gravado na memória destes idosos, todos precisamos de atenção, inclusive eles”.




fonte
http://www.dancaterapia.org/?page_id=164

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